sexta-feira, 2 de julho de 2010

Memórias De Lugar Nenhum




Sabe quando você acorda no meio da noite e não tem idéia de onde está? Em alguns casos, você acorda no meio da noite e não sabe quem é. Você esquece do que aprendeu todos esses anos e se torna tão ingênuo e frágil como uma borboleta. Mas nesse momento só há uma diferença entre você e a borboleta: ela sabe voar. Então você levanta e começa a tentar se lembrar de alguma coisa, só que o desespero bate porque você não tem nada para lembrar. Começa a andar pelo quarto, esfregando os olhos e com um aperto no coração: do que se trata isso tudo? Eu não estou mais vivo? Se estou... então por quê não consigo me lembrar de nada? E a propósito... quem sou eu? Nesse momento de confusão uma voz dentro de você lhe diz algo que você já temia ouvir: você está sozinho.
O seu coração dispara e você começa a tremer, recuando e tentando encontrar uma parede para escorar... mas não há paredes. Só há sangue no chão, e você não está em lugar nenhum: você está sozinho. Sentindo as lágrimas queimarem seu rosto você leva tuas mãos até seus olhos e os enxuga, mas as lágrimas não param de escorrer. Lágrimas de sangue. Mas existem borboletas... sim, elas existem. E elas estão voando por algum lugar aqui perto, eu consigo ouvir o bater de asas delas. Só que eu estou em lugar nenhum, então... aonde elas estão? Elas não estão.


"Quando eu era criança,
eu aprendi a escrever poesia.
E fiquei sabendo, num belo dia,
que minhas poesias eram boas.
Todo mundo dizia isso, todo mundo gostava.
Mas só quando cresci é que fui aprender e entender...
que poeta não é feliz, poeta é triste. Poesia é triste."


"Engolida pelo som do meu grito,
Não posso cessar o medo das noites silenciosas.
Oh, como eu anseio pelos sonhos do sono profundo...
A deusa da luz imaginária."

3 comentários:

Luks Shinoda disse...

Essas Memorias...
Tenso O.O
Muito tenso...

Unknown disse...

Dramático, hardcore. É bem a sua cara mesmo. Não vou comentar muito, já te disse o que acho no MSN, e agora vou ler e comentar no segundo texto. :)

Adorei as poesias do final, muito simples mas tão significativas.

Anônimo disse...

Eu concordo em relaão aos poetas. Também vim entender isso depois de certo tempo, de certas desilusões. Nunca me senti como no seu post. Triste. Mas estou feliz por poder ao menos postar, falar sobre abertamente em relação a ele, então, vai ter que me aturar. rsrsrs

Como poeta, descobrí que sofria mais. Em compensação, também amava mais. Viver isso com outras pessoas é o bastante. A partir daí, você nunca mais estará só.

Abração!